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Tragédia


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conceito

Suscitando a compaixão e o terror, a tragédia tem por efeito obter a purgação dessas emoções.

Se um autor alinhar uma série de reflexões morais, mesmo com sumo cuidado na orientação do estilo e do pensamento, nem por isso realizará a obra que é própria da tragédia. Muito melhor seria a tragédia que, embora pobre naqueles aspectos, contivesse no entanto uma fábula e um conjunto de fatos bem ligados.

na tragédia, o que mais influi nos ânimos são os elementos da fábula, que consistem nas peripécias e nos reconhecimentos.

a peça extensa o suficiente é aquela que, no decorrer dos acontecimentos produzidos de acordo com a verossimilhança e a necessidade, torne em infortúnio a felicidade da personagem principal ou inversamente a faça transitar do infortúnio para a felicidade.

se trata, não só de imitar uma ação em seu conjunto, mas também de imitar fatos capazes de suscitar o terror e a compaixão, e estas emoções nascem principalmente,... (e mais ainda) quando os fatos se encadeiam contra nossa experiência.

f.: Aristóteles. Arte Poética. E-book formato lit, julho de 2001, ou editora www.ciberfil.org. Ficha de leitura.

Como se deve apresentar o que é falso

Nas tragédias, é necessária a presença do maravilhoso, mas na epopéia pode-se ir além e avançar até o irracional, através do qual se obtém este maravilhoso no grau mais elevado, porque na epopéia nossos olhos não contemplam espetáculo algum.

Homero foi também quem ensinou os outros poetas como convém apresentar as coisas falsas. Refiro-me ao paralogismo. Eis como os homens pensam: quando uma coisa é, e outra coisa também é, ou, produzindo-se tal fato, tal outro igualmente se produz, se o segundo é real, o primeiro também é real, ou se torna real. Ora, isto é falso. Daí se imagina que, se o antecedente é falso, mas mesmo assim a coisa existe ou vem a se produzir, estabelece-se uma ligação entre antecedente e conseqüente: sabendo que o segundo caso é verdadeiro, nosso espírito tira a conclusão falsa de que o primeiro também o seja.

É preferível escolher o impossível verossímil do que o possível incrível. [...] No que diz respeito à poesia, deve-se preferir o impossível crível ao possível incrível.

f.: Aristóteles. Arte Poética. E-book formato lit, julho de 2001, ou editora www.ciberfil.org. Ficha de leitura.

feijó

56 Na nossa cultura a iniciação se dá por transferência de emoções, através da literatura. O teatro nasceu no momento em que esses ritos deixaram de ser espontâneos e passaram a ser encenados, apresentados a um público passivo, que se envolve na cena de outra forma: pelo envolvimento emocional catarse, pela identificação profunda com o destino do herói.

57 Herói, categoria estética, o poeta a partir dele busca a compreensão da essência humana. (pág.52) [...]

58 Herói mitológico, herói épico, herói trágico, herói literário.

59 Herói mitológico (no qual somente as façanhas e os super poderes é que contam). No mito, o que prevalece é o destino, do qual nenhum homem escapa.

60 Herói épico (que já apresenta características humanas). A qualidade principal do herói épico era areté (virtude): aquele que se mantém fiel a si mesmo. (pág.56) [...]

61 Herói trágico: humanizado. Em vez do encontro com o destino, a narrativa é da descoberta por Édipo de sua verdadeira identidade: Cego e sem poder. Na tragédia, o que se destaca é a luta do herói contra o destino. O herói trágico é derrotado diante da força do destino, mas o que humaniza, é exatamente a sua luta contra isso. O herói trágico não se conforma com o seu destino. Esta é a sua essência.

f.: Feijó, M. C. (1984). O que é herói. Rio de Janeiro : Brasiliense.


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