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Locke


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Resumo das ideias de Locke sobre epistemologia


vb. criado em 19/11/2015, 09h09m.

1. O conhecimento só diz relação às idéias, pois elas constituem o objeto imediato e exclusivo do nosso espírito. As idéias classificam-se assim:
  1. Idéias simples (não passíveis de clarificação), que se dividem, por sua vez, quanto à origem, em:
    1. - Idéias de sensação, que são de três tipos: qualidades primárias (solidez, extensão, forma, mobilidade), qualidades secundárias (cheiros, sabores, cores), poderes passivos (provenientes da capacidade que têm as coisas de produzirem em nós idéias).
    2. - Idéias de reflexão (lembrança, discernimento, raciocínio, juízo, conhecimento e fé).
    3. - Idéias de sensação re reflexão (prazer ou tristeza, alegria ou dor, existência, unidade e poder ativo, que consiste na capacidade, predominantemente espiritual, de produzir efeitos).
  2. Idéias complexas (passíveis de clarificação), que se dividem em:
    1. - Modos.
    2. - Substâncias (Deus, espíritos separados, coisas, homens, animais).
    3. - Relações.
2. Todo conhecimento consiste na apreensão de um acordo entre as idéias, que pode ser de 4 espécies:
  1. - Identidade ou diversidade (por exemplo: o azul não é o amarelo).
  2. - Relação (por exemplo: a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180º).
  3. - Coexistência ou conexão necessária (por exemplo: o aço é susceptível de receber impressões magnéticas).
  4. - Existência (por exemplo: Deus existe).
3. São várias as vias que nos permitem chegar ao conhecimento:
  1. - Intuição (apreensão imediata do acordo ou desacordo entre as idéias).
  2. - Demonstração (quando esse acordo ou desacordo só pode apreender-se indiretamente por intermédio de outras idéias).
  3. - Sensação (o conhecimento sensitivo permite-nos conhecer atualmente a existência de coisas fora de nós).
4. Só a intuição nos dá verdadeiras certezas e, por isso, o objetivo da demonstração consiste em conduzir-nos a intuições.

5. Quanto ao conhecimento sensitivo, embora seja meramente provável, é suficiente para nos dar a certeza de que existe algo fora de nós.

6. Quanto à existência, pode ela ser conhecida por meio da intuição (a minha própria existência), da demonstração (a existência de Deus), ou da sensação (a existência de algumas coisas fora de nós).

7. Os juízos relativos à afirmação da existência (algo existe) são os mais radicais e são pressupostos pelos outros juízos.


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