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Como este saite foi feito


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Por que este saite existe?

Por que este saite foi feito?

O objetivo primário deste saite é a comunicação com alunos, para encaminhamento de materiais de trabalho. O segundo objetivo foi o de publicar alguns trabalhos jurídicos para conhecimento da comunidade do direito. E um terceiro objetivo nasceu da intenção de compartilhar com os eventuais interessados os meus materiais de estudo de filosofia, que fui elaborando ao longo da graduação. Como só consigo estudar resumindo, e dar forma gráfica ao resumo é um modo agradável de permanecer acordado enquanto se estuda, achei que seria desperdício guardar para mim o fruto desse trabalho. Espero que possa ser útil a mais alguém.

Por que há uma coruja no logo?

Porque o saite envolve também (ou principalmente, dentro de alguns anos) a filosofia, e a coruja é tradicionalmente um mascote da filosofia e dos filósofos. Para os gregos Atena (a Minerva dos romanos) era a deusa da sabedoria; e ela tinha uma coruja; os filósofos se diziam amigos da sabedoria e, por extensão, Atena/Minerva é sua padroeira; daí, a coruja virou mascote. A coruja do logo está sobre um ramo de oliveira, outra imagem frequentemente associada a Atena, por razões mitológicas. Quando num desenho aparece uma coruja junto com o raminho de oliveira, é a coruja de Atena. Na moedinha retratada abaixo, cunhada na Grécia no tempo das guerras contra os persas, Atena aparece de um lado, e sua mascote do outro (fonte):


Por que “saite” em vez de “site”?

A língua portuguesa, como todas, sofre influências e colonização das línguas dos povos mais ricos, culturalmente dominantes. Sofremos a colonização do francês, e agora a do inglês. Mas as palavras estrangeiras quase sempre foram incorporadas pelo aportuguesamento do som. Ninguém escreve abat-jour, como os franceses, só conhecemos o abajur. Ninguém chama seu abajur bege de “abat-jour beige”, como se escreveria em francês. Em português se escreve matinê, degradê, fumê, guidão, cachecol, cachepô, divã, e não, como em francês, matinée, dégradé, fumé, guidon, cache-col, cache-pot, divan.

A influência do inglês é mais recente e continua presente, ao contrário da do francês. Como aconteceu com os galicismos, os anglicismos demoram a ser aportuguesados. Os mais antigos já têm forma aportuguesada consagrada (sanduíche, uísque, basquetebol, futebol, nocaute, surfe, tênis, táxi, xampu). Os mais recentes (para questões de língua, informática é coisa recente) ainda não.

Tentar preservar a cultura própria contra a colonização é tarefa de quem acha que tem cultura. Então, como a influência cultural dominante é avassaladora, pelo menos devemos insistir na nossa tradição, de grafar os fonemas estrangeiros com a nossa grafia. Não defendo que ninguém chame abajur de lucivéu (sim, existe uma palavra portuguesa para isso), nem mouse de rato, como fazem os portugueses, mas se concordarmos em grafar as palavras estrangeiras com a grafia original, vamos ter de ensinar nossas crianças que o i às vezes tem som de ai, ou seja, as futuras gerações já não falarão mais português, mas uma mistura, um portunglês [1].

A forma saite é, ademais, recomendada por estudiosos da língua (vide aqui e aqui), era usada pelo genial Millôr Fernandes (aqui, é usada por saites jurídicos (aqui) e governamentais (aqui).


Notas


[1] Aliás, isso é o que acontece com o inglês, que é uma língua difícil de aprender porque, ao contrário do português, incorporou as palavras de fontes estrangeiras sem modificar-lhes a grafia, o que obriga o falante a dominar uma infinidade de exceções de prosódia aparentemente arbitrárias. Há uma boa matéria sobre isso, mencionando exemplos, aqui.