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Parmênides


vb. criado em 04/07/2013, 21h21m.


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Epistemologia. metafísica. Ontologia. Eléia, Magna Grécia, -515. O real é igual ao racional. O princípio de identidade é a premissa fundamental da razão. Inaugurou o pensamento metafísico que afirma que é ilusório o mundo dos sentidos. Nossa percepção do mundo é imperfeita.

Buscou, como os demais da época, a arké, princípio subjacente a todas as coisas, e a determinação de um traço de união entre esse princípio e a realidade do mundo físico, em constante mutação. Para Parmênides, tudo o que existe constitui uma única realidade: o ser, que ele identifica com o pensamento, uma vez que só se pode pensar sobre aquilo que existe. Esse ser é incriado, imóvel, imutável, homogêneo e esférico, ou seja, fechado em si mesmo. Não pode, portanto, mudar; o aparente movimento das coisas não seria senão um engano dos sentidos. Imobilismo. Se opunha radicalmente a Heráclito. Formulou o princípio de identidade ou não-contradição, segundo o qual o ser é e o não-ser não é, base de toda a lógica posterior [1]

Filósofo e poeta (principal obra, poema metafísico e cosmológico, “Da natureza”). Afirmou a exclusiva realidade do ser. O objeto do nosso pensamento é o ser, porque o não-ser não é pensável. Nascer, perecer, vir-a-ser, são só nomes inventados para indicar o engano dos sentidos, que dão a impressão de que o ser muda, surge e perece, o que é absurdo. Foi mentor de Zenão [2].

A oposição clássica do Imobilismo de Parmênides ao panta rei (Mobilismo) de Heráclito é um tanto esquemática [3].

Parmênides. (Elea, 475 a.c., discípulo dos pitagóricos). Estabelece dilema entre ser e não-ser, impossível a coexistência. Adota a razão como guia, em lugar de crer no testemunho dos sentidos. Posição realista. Só existe o ser, que é uno, único, compacto, eterno, imóvel, contínuo, homogêneo, finito, limitado, esférico e indivisível. Os seres particulares não são mais que ilusões ou opiniões dos sentidos. Não existe o não-ser, que é um absurdo rotundo. Só se pode pensar o que existe, isto é, o ser. Os seres viventes procedem da mescla de 2 elementos, o fogo e a terra, e suas qualidades, o calor e o frio respectivamente. Também a alma se compõe de terra e fogo, e este é a causa da vida e da inteligência [4].

Impossível existir um estado de nada. Não existe o vazio. Algo não pode vir do nada: tudo que existe sempre existiu de alguma forma. Logo, tudo que é real deve ser eterno e imutável e ter uma unidade indivisível [5].


Notas e adendos:

[1] G99e.

[2] Mondin, B. (1981). Curso de Filosofia. São Paulo: Paulus, p.31.

[3] Durozoi, Gérard & Roussel, André (1996). Dicionário de Filosofia. Trad. Marina Appenzeller. Campinas: Ed. Papirus.

[4] Educatina.

[5] B2011f.